Barcelona viveu 17 dias de muita emoção com o 15º FINA Mundial de Natação. Para receber este evento, que reuniu 181 países e 2.293 atletas, foi preciso construir uma piscina olímpica diferenciada, que encantou quem teve a oportunidade de ver de perto a competição.
Mas qual a novidade nisso? A piscina foi montada dentro do grande centro esportivo Palau Sant Jordi, construído em 1990 para as Olimpíadas de 1992, em Barcelona. O estádio já foi palco de grandes disputas do basquete, handebol, atletismo e, de 19 de julho a 4 de agosto, deixou de lado suas pistas e terreno seco para dar espaço ao Mundial.
Encima da pista e com uma estrutura impressionante, a piscina deu um show à parte. Mas o que ela tem de especial? Pode ser construída em qualquer espaço? Como é feita a manutenção? O Piscinas.com foi conferir de perto as novidades para você.
Medidas especiais
- O primeiro requisito que uma piscina olímpica deve cumprir são as medidas mínimas de 50 metros de comprimento, 25 de largura e 2 de profundidade, estabelecidas pelo Comitê Olímpico Internacional (COI). A do Palau Sant Jordi foi além, com 26 m de largura e 3 m de profundidade, para oferecer aos competidores todo o conforto necessário.
- Além disso, a piscina estava dividida em 10 raias com 2,5 m de largura cada uma. Diferente da maioria, as raias 0 e 9, que estão nos extremos, podiam ser utilizadas sem risco de sofrer impatos das ondas que a água produz ao bater na parede da piscina. Isso só foi possível devido a um sistema especial, que faz com que a água entre em um recipiente de compensação externo, que filtra e a devolve para a piscina através do sistema de acionamento lateral da água.
Esta piscina foi o palco das disputas da natação e nado sincronizado. Normalmente, elas são instaladas em ginásios, clubes esportivos ou grandes hotéis, não em propriedades privadas.
Como construir?
Dado o grande volume de água que suportam e a sua finalidade, os elementos que devem ser considerados quando se constrói uma piscina olímpica são, principalmente, os materiais e o próprio processo de fabricação.
Os materiais utilizados são fundamentalmente de concreto e aço. Este último é usado para piscinas temporárias, como o caso da instalada no Palau Sant Jordi. O processo permite que a piscina seja posteriormente transferida para outros espaços.
Para a empresa italiana Myrtha Piscinas, responsável pela instalação, o importante é fazer um bom projeto. Os designers utilizaram projetos em 3D para enviar as informações diretamente para as máquinas que fabricaram as peças. “A estrutura é autossuficiente e não é fixada no chão”, afirmou o responsável da empresa.
Também foi utilizado um rolo de aço com PVC duro, sem nenhum tipo de plastificante para que a piscina tivesse mais durabilidade e evitasse qualquer tipo de quebra ou oxidação.
Manutenção especial
Para o correto funcionamento foi fundamental o uso de filtros de alto rendimento, que assegurassem a transparência e salubridade da água durante todo o evento. A água da piscina olímpica foi tratada com uma mistura de ozônio e bromo ou com o sistema de cloração salina. Nos dois casos a neutralidade do PH natural da água foi mantida, evitando assim qualquer tipo de irritação das membranas mucosas e dos olhos dos nadadores.
Novidades
A piscina foi construída com um sistema ecológico, capaz de filtrar a água através do uso da perlita, um material extraído da lava vulcânica, com um grande poder de retenção. Todas as partículas com mais de um milésimo de milímetro eram retidas pela pedra vulcânica, o que permitiu a reutilização da água sem prejuízo à qualidade.
A alta tecnologia utilizada em Barcelona permitiu que uma piscina com 4.000 milhões de litros de água e 3.000 Kg de peso por m2 se suportasse sem nenhum dano. Aliás, ela foi projetada para suportar qualquer movimento de terra, graças ao sistema sísmico.